Você tem dificuldade em administrar o seu dinheiro? Ele sempre acaba antes do final do mês? Sabe exatamente o quanto ganha, o quanto e onde gasta? Não consegue guardar dinheiro para realizar seus sonhos e objetivos?
Essas e tantas outras angústias ao se relacionar com seu dinheiro ocorre principalmente pela falta de um Orçamento Pessoal bem estruturado. Infelizmente, no Brasil a educação financeira não é algo amplamente disseminado. Não há uma cultura de incentivo ao planejamento financeiro.
Você deixa de conquistar seus objetivos e melhorar sua qualidade de vida não por falta de dinheiro, mas pela falta de organização financeira. Não depende da quantidade de dinheiro que você tem, mas sim de saber administrá-lo com sabedoria e propósito.
Se quiser então evitar as dívidas, ter uma vida financeira equilibrada e começar a direcionar recursos para a realização de seus sonhos e construir uma aposentadoria tranquila, você deve começar desde já a mudar esse comportamento passivo e adotar um bom controle de seu orçamento pessoal.
O Orçamento é a principal ferramenta de um bom Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar e tem como objetivo inicial mostrar um panorama geral de quais são suas fontes de receitas e seus hábitos de consumo, afim de que você possa analisar os ajustes necessários para fazer um melhor aproveitamento desses recursos e direciona-los para a realização de seus projetos pessoais prioritários e atingir seus objetivos.
Um orçamento bem estruturado permitirá direcionar o seu dinheiro para onde ele deve servi-lo livrando-se do papel de escravo do dinheiro, passando a ter mais controle sobre ele, maior consciência das escolhas e melhor eficiência em seu uso.
É importante que esse orçamento tenha como base um padrão de vida compatível com sua realidade, com itens e valores dentro das suas reais possibilidades. Muitas pessoas preferem ver sua felicidade naquilo que ainda não possuem, e fazem de sua vida uma eterna busca que resulta em problemas e frustrações.
Esperar que ocorra uma “sobra” no final do mês para ser destinada aos investimentos é o principal equívoco ao elaborar um orçamento. Se tratarmos os investimentos apenas como uma “sobra”, corremos o risco de nunca acumularmos recursos para nossos objetivos, já que tendemos a dar mais atenção aos nossos desejos de curto prazo, aquilo que parece ser mais urgente e mais palpável, muitas vezes seduzidos pelo consumismo disseminado pela mídia e a sociedade.
Com base nisso, na LifeFP™ utilizamos o conceito de Orçamento Sobra Zero. Você pode estar se perguntando, mas como assim não sobrar nada?
Nosso orçamento deve ser composto por 3 tipos de pagamentos:
Dívidas: São pagamentos que fazemos hoje por algo que assumimos no passado.
Gastos: Pagamentos que fazemos hoje para nossos compromissos do nosso dia a dia
Investimentos: “Pagamentos” que fazemos hoje para a realização de nossos projetos de futuro.
O ponto mais importante de trabalhar com o Orçamento Sobra Zero é deixar de tratar os investimentos como uma “sobra” e passar a classificá-los como pagamentos intencionais, o que provoca uma mudança significativa na forma que você irá se relacionar com seu orçamento e objetivos de vida. Assumimos o compromisso de pagar todos os meses diversas contas, que não são aquilo que consideramos mais importante para nossas vidas, então por que não podemos assumir também o compromisso de destinar no orçamento um “pagamento” intencional para aquilo que consideramos mais importante como os investimentos para a conquista da casa própria, uma viagem, troca do carro ou a própria aposentadoria?
Um elemento importante dentro desse conceito é ter clareza de onde você quer chegar, quais são os seus sonhos e objetivos prioritários, saber mensurá-los para poder levantar os valores mensais necessários para sua realização e analisar se eles efetivamente cabem no orçamento. Um instigante bate-papo de alinhamento de Expectativas, mas esse assunto, devido à sua profundidade e relevância, será melhor detalhado em outro artigo.
Um orçamento bem estruturado precisa relacionar todas as categorias e itens de suas receitas e despesas. Caso não conheça a fundo todos os itens que possam existir em seu orçamento, deixe um comentário ou me envie uma mensagem, que irei lhe enviar um plano de contas completo, com as principais categorias e itens de um orçamento pessoal e familiar.
Com a estrutura do orçamento montada, faça uma estimativa dos valores mensais gastos para cada item relacionado. Não se preocupe em encontrar os valores exatos neste primeiro momento. No decorrer dos meses seguintes, a partir dos registros de suas receitas e despesas, você terá um melhor conhecimento desses números, podendo fazer os devidos ajustes no seu orçamento estimado, a fim de encontrar os valores adequados para cada item.
Um próximo exercício consiste em fazer a classificação desses gastos e aqui sugiro fugirmos um pouco da tradicional classe de gastos fixos e variáveis. Considero essa nomenclatura um pouco confusa, pois dependendo do ponto de vista, um gasto pode ser ao mesmo tempo fixo e variável. Fixo, por ocorrer todos meses e variável por seu valor poder variar a cada mês. Por conta disso, sugiro a organização em Gastos Frequentes e Gastos Eventuais.
Os Gastos Frequentes são aqueles que ocorrem pelo menos 1 vez no mês, enquanto os Eventuais são aqueles demais gastos que aparecem apenas ocasionalmente.
Exemplos de Gastos Frequentes: supermercado, combustível, aluguel.
Exemplos de Gastos Eventuais: IPTU, IPVA, Seguros.
Lembrando que a classificação de alguns itens pode variar de uma família para outra. Cada família e indivíduo tem o seu contexto.
O principal objetivo em identificar os gastos eventuais é você poder se antecipar e estar preparado quando este gasto vier a ocorrer, não permitindo que ele gere algum desiquilíbrio em seu orçamento. Geralmente esses gastos possuem um valor mais alto e se concentram em alguns meses do ano. Você sabe que todo ano e nas mesmas datas tem que pagar esses itens e sempre acaba comprometendo o orçamento daquele mês, tendo que deixar de lado algum outro item importante ou mesmo buscar um empréstimo para honrar esses compromissos. Conhecendo os seus valores e data de ocorrência, você pode fazer uma provisão mensal, uma “mensalização” desses gastos. Por exemplo, se todo mês de fevereiro você paga R$ 1.200,00 de IPTU, já a partir de março, mês seguinte ao pagamento, você deve iniciar uma provisão mensal de R$100,00, para no próximo pagamento já contar com os recursos necessários sem comprometer o orçamento do mês, além de poder aproveitar um eventual desconto para pagamentos à vista.
Uma outra classificação importante que irá ajudar em uma análise de quais itens podem ser reduzidos ou eliminados é determiná-los se são gastos eletivos ou compromissados.
Os gastos eletivos são aqueles que você pode optar por fazer ou não, ou mesmo eliminá-lo. São nesses gastos que você irá se concentrar em uma eventual necessidade de redução de custos. Ex: academia, restaurantes, viagens, assinaturas.
Os gastos compromissados são aqueles que você não tem a possibilidade de eliminar e uma baixa probabilidade de reduzir o seu valor. Ex: condomínio, aluguel, escola, empréstimos, financiamento.
Seguindo toda essa base de arquitetura e classificação , bem como fazendo o devido registro de todas suas entradas e saída de dinheiro no decorrer dos meses, você irá gerar uma base de dados importante do seu orçamento pessoal e a partir dela realizar os ajustes necessários para o melhor uso de seus recursos.
Independente desse orçamento estar em uma planilha eletrônica, aplicativo de celular ou mesmo no papel, o mais importante de tudo é interagir de forma intencional e ativa com todos os lançamentos de suas receitas e despesas. Concordo que anotar os gastos pode ser chato, mas pense nos benefícios que esses dados podem trazer para a realização dos seus projetos de vida. Precisamos conhecer para onde estão indo nossos recursos para então podermos fazer os ajustes necessários e redirecioná-los para aquilo que irá trazer a qualidade de vida almejada.
Pense que o orçamento é um grande equilíbrio entre nosso passado, presente e futuro. Para que lado está pesando sua balança?
O orçamento deve lhe trazer qualidade de vida não apenas hoje, mas também no futuro, e é nesse ponto que você pode estar falhando. A balança está pesando para o lado errado, com um orçamento inchado de dívidas e gastos para atender seus desejos imediatos e momentâneos. Você deve rever esse padrão e começar a mudar o lado do peso da balança, direcionando mais recursos para atingir seus verdadeiros sonhos e objetivos no futuro.
Para isso, você precisa se Planejar. Pensar de forma mais profunda e intencional sobre todos os aspectos que impactam em sua vida financeira. Isso demanda disciplina, conhecimento e resiliência, pois se trata de uma caminhada longa, e cheia de percalços e de “altos e baixos”.
Para auxilia-lo nessa jornada, você pode contar com a ajuda de um Planejador Financeiro Pessoal, o qual irá lhe guiar em todo esse processo de descobrir e definir seus sonhos e objetivos prioritários, desenvolver um orçamento equilibrado que contemple sua qualidade de vida hoje, mas que também permita realizar os investimentos necessários para alcançar seus objetivos para um futuro com mais tranquilidade.
Até quando você pretende ser servo do seu dinheiro? Quando irá posicioná-lo a serviço de seu projeto de vida?
Posso ajudá-lo nesta jornada, árdua mas potencialmente compensadora?