Pois hoje eu completo 60 anos de vida. Essa faixa etária é mesmo pitoresca, né?! Tecnicamente, você já é um idoso. Já tem cabelos brancos, eles já ocupam pelo menos metade da sua cabeça. Aos sessenta você sabe que está na segunda metade da sua vida útil neste mundo (a não ser para os que acham que vão passar dos 120!). Apesar de os mais sarcásticos insistirem que você está entrando na “melhor idade”, é bom que você tenha se divertido muito nesses últimos 60 anos.
Curiosamente, de vida adulta, mesmo (que é quando as coisas rolam por sua conta e risco), Você terá vivido pouco mais de metade desses seus 60 anos, ou seja, por volta de uns 30 e poucos anos. O que me leva a esperar que a nova fase que se inicia me reserve pelo menos 50% de vida adulta (e produtiva). O interessante aos 60 anos é que você certamente já terá, digamos assim, uma extensa “ficha corrida”, já terá muita bagagem (da boa e da ruim), já terá experimentado diferentes caminhos, e quem sabe até já tenha encontrado o seu (nada fácil...).
Certamente, aos 60 você já poderá fazer uma bela análise crítica da sua trajetória nesta vida, já poderá providenciar um grande balanço das “bolas dentro” X “bolas fora”, e das bolas que você vai tentar meter a gol daqui para o final da sua vida. Esse balanço, é natural, passa pela autoavaliação da sua missão profissional. Há 35 anos eu me formava na minha primeira faculdade, 30 anos já se foram desde a segunda. Já tenho uma dúzia de anos atuando como planejador e educador financeiro pessoal e familiar. Portanto, pelo menos há alguns bons milhares de dias da minha vida, tenho buscado incentivar o indivíduo e a família brasileira a traçarem e praticarem o bom planejamento financeiro pessoal e familiar.
Daí você me pergunta: “E aí, Ricardo, na sua vida funcionou mesmo essa coisa de se planejar?” Eu hei de lhe ser sincero: muita coisa saiu, no final das contas, bem diferente daquilo que eu havia vislumbrado. Mas isso não é sinônimo de dizer que meu planejamento financeiro pessoal estava furado, nem muito menos que ele tenha tido pouca serventia na minha vida. Quando tudo saiu diferente do que eu esperava, estar bem planejado financeiramente me ajudou, no mínimo, a rapidamente me reposicionar para extrair o melhor das novas possibilidades da minha nova situação.
Pois ouça o conselho deste seu amigo sessentão: “Bota fé no teu planejamento financeiro, meu filho, que mesmo quando o teu barquinho afundar, o planejamento vai te servir pelo menos como prancha pra nadar até a praia e, chegando lá, começar a construir um barquinho novo. Começando com a própria tábua!”