VOU VIAJAR. COMPRO DÓLARES OU PAGO TUDO NO CARTÃO?

por:
Ricardo Schwalfemberg

08 de Dezembro de 2019

Um pouco de Money

Vira e mexe algum de meus clientes viaja ao exterior, seja a trabalho ou a lazer, e uma dúvida é recorrente: qual a melhor alternativa, comprar dólares ou jogar tudo na fatura do cartão de crédito internacional? 

Veja, depois que mandei minha bola de cristal para a assistência técnica, ela nunca mais funcionou direito. Então, não dá para adivinhar o que vai acontecer com as moedas estrangeiras, seja no futuro próximo, seja no distante. Por isso mesmo, o mais seguro é seguir pelo “abençoado caminho do meio”.

Apesar dos soluços provocados pela última crise (EUA X China), Dólar e Euro têm encontrado uma certa estabilidade. No entanto, nada impede que fatores externos, como alguma notícia que influencie a aversão ao risco dos mercados, alterem a cotação. Então, se você deixar para pagar tudo depois, na fatura do cartão, ninguém garante que nosso Real tenha se desvalorizado, deixando a fatura mais salgada. Por outro lado, você pode comprar Dólares ou Euros agora, para gastar lá fora, e na volta, encontrar o nosso dinheirinho valorizado, e sentir que perdeu na cotação.

Então, não corra riscos: se a viagem é para daqui a pouco, divida o total que pretende gastar na viagem por dois, troque metade por moeda estrangeira, e pague o resto com seu cartão. Assim, se o Real subir ou baixar, você vai sempre perder de um lado e ganhar do outro. Mas se você tiver tempo para se programar, divida a quantia que pretende gastar lá pelo número de meses que faltam para embarcar. E compre um pouco todo mês, formando um preço médio justo para você. Não importa se o Dólar subir ou cair. Na média, você comprou pelo preço médio. Nesse caso, o cartão de crédito deve ser levado apenas para situações imprevistas, que fujam do planejado.

Se você tem passagem marcada, pode comprar até o equivalente a US$5 mil pelo câmbio turismo, mais alto que o comercial, e mais baixo que o paralelo. Mas eu não recomendo a compra em papel-moeda, a não ser para aquelas despesas miúdas, como um lanche, taxi ou metrô. Afinal, se você perder a carteira, ou “perderem” por você, não tem volta. Compre o “grosso” da grana em cartão de débito pré-pago, que pode ser bloqueado. Mas vou pagar o IOF? Sim, vai, e é na hora de carregar o cartão com os créditos. Mas pense nesse imposto como um seguro para esse dinheiro. O cartão pré-pago é uma opção muito prática, que você carrega em moeda local, e usa até o limite do crédito carregado. Ele é aceito em qualquer estabelecimento que aceite cartões de crédito, pois funciona do mesmo jeito.

Quanto aos gastos com seu cartão de crédito, na hora de fazer as contas, lembre-se de que, para todos os gastos incide o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), de 6,38% sobre o valor da compra, mas ele só incide na hora do pagamento da fatura. Mas, mesmo assim, vale a pena pela praticidade, e também pela milhagem, que pode encurtar a distância para a sua próxima viagem, certo?

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